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Voltei ao trabalho após o afastamento e estou sendo perseguido. Como agir?

Voltei ao trabalho após o afastamento e estou sendo perseguido. Como agir?

O retorno ao ambiente de trabalho após um período de afastamento, seja por doença, acidente de trabalho ou licença-maternidade, deveria ser um momento de acolhimento e readaptação. Infelizmente, para muitos trabalhadores, a realidade é bem diferente. A sensação de estar sendo perseguido, isolado ou até mesmo hostilizado ao voltar é uma experiência dolorosa e, infelizmente, comum. Se você se encontra nessa situação, saiba que não está sozinho e, mais importante, existem caminhos legais para proteger seus direitos.

Neste artigo, abordaremos os sinais da perseguição no ambiente de trabalho, as ações que você pode tomar para se proteger e a importância de buscar apoio jurídico. Nosso objetivo é fornecer um guia claro para que você possa agir de forma assertiva e garantir um ambiente de trabalho digno e respeitoso.

O Que Caracteriza a Perseguição no Ambiente de Trabalho?

A perseguição, muitas vezes, manifesta-se de maneiras sutis, tornando difícil para a vítima identificar e provar o que está acontecendo. Ela pode vir de superiores hierárquicos, colegas ou até mesmo de subordinados, e seus efeitos são devastadores para a saúde mental e profissional do indivíduo. É fundamental diferenciar uma crítica construtiva ou uma cobrança legítima de uma ação de perseguição.

Alguns dos sinais mais comuns de perseguição no ambiente de trabalho após o retorno de um afastamento incluem:

É crucial entender que a perseguição é um padrão de conduta repetitivo e sistemático, não um evento isolado. Se você percebe que esses comportamentos se tornaram uma constante desde o seu retorno, é provável que esteja sendo vítima de perseguição ou assédio moral.

Por Que Isso Acontece? Entendendo as Causas

A perseguição pós-afastamento pode ter diversas motivações, muitas delas relacionadas a preconceitos ou pressões internas da empresa:

Independentemente da causa, a perseguição é uma violação dos seus direitos e da dignidade da pessoa humana no ambiente de trabalho.

Como Agir Diante da Perseguição: Um Passo a Passo

Enfrentar a perseguição no trabalho exige coragem e estratégia. Seguir um plano de ação pode proteger seus direitos e, eventualmente, reverter a situação.

1. Documente Tudo: A Prova é Seu Maior Aliado

Este é, possivelmente, o passo mais importante. Memórias se desvanecem, mas provas concretas são irrefutáveis. Mantenha um diário detalhado de todos os incidentes:

Quanto mais evidências você tiver, mais forte será sua posição.

2. Converse com o Agente da Perseguição (Se Possível e Seguro)

Em alguns casos, a perseguição pode ser resultado de um mal-entendido ou falta de percepção por parte do agressor. Se você se sentir seguro e confortável, tente uma conversa direta e franca com a pessoa. Exponha como você se sente em relação às atitudes dela. Use a abordagem “eu me sinto…” em vez de “você faz…”. Por exemplo: “Eu me sinto isolado quando não sou incluído nas reuniões que antes participava”.

No entanto, avalie a situação. Se o agressor é um superior abusivo ou se você teme represálias, pule esta etapa e vá diretamente para as próximas.

3. Busque Apoio Interno: Recursos da Empresa

Muitas empresas sérias possuem canais internos para lidar com esse tipo de situação:

Ao acionar esses canais, faça-o de forma formal, por e-mail ou protocolo, para ter um registro da sua comunicação.

4. Busque Apoio Externo: Proteja Sua Saúde e Seus Direitos

Se as medidas internas não surtirem efeito, ou se a situação se agravar, é hora de buscar apoio fora da empresa.

Lembre-se, um advogado não apenas defende seus direitos, mas também protege você de possíveis retaliações e garante que todos os procedimentos legais sejam seguidos corretamente.

Consequências Legais para a Empresa e o Agressor

É importante que você saiba que a perseguição no ambiente de trabalho e o assédio moral são condutas graves que podem gerar consequências legais para a empresa e, em alguns casos, para o agressor.

A empresa pode ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais ao trabalhador, além de ter que arcar com todas as verbas rescisórias em caso de rescisão indireta. Em situações mais graves, o agressor pode responder por crimes contra a honra (difamação, calúnia) ou até mesmo por crimes de assédio previstos em leis específicas.

Não Se Cale, Seus Direitos Devem Ser Respeitados

Retornar ao trabalho após um afastamento e se deparar com um ambiente hostil é uma experiência angustiante que ninguém deveria ter que enfrentar. No entanto, é fundamental que você saiba que não está desamparado. Suas atitudes e a busca por ajuda legal podem transformar essa situação, garantindo não apenas o respeito aos seus direitos, mas também a sua saúde e dignidade profissional.

Documente tudo, busque apoio interno, mas não hesite em procurar auxílio externo, especialmente de um advogado trabalhista. Ele será a voz que você precisa para garantir que a justiça seja feita e que você possa seguir em frente com sua carreira e sua vida de forma digna e respeitosa.

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