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Reajuste indevido de mensalidades – contestação de aumentos abusivos em planos de saúde.

Reajuste indevido de mensalidades – contestação de aumentos abusivos em planos de saúde.

Receber o boleto do plano de saúde e se deparar com um reajuste que parece desproporcional ou mesmo absurdo é uma realidade que assusta muitos consumidores. Em um país onde a saúde suplementar é vital para milhões de famílias, a mensalidade do plano de saúde representa uma parcela significativa do orçamento. Por isso, quando os aumentos se tornam abusivos, a sensação de impotência e indignação é imensa.

Se você está passando por essa situação, saiba que não está sozinho. Mais importante ainda: você tem direitos e ferramentas para contestar esses reajustes. Entender os tipos de aumento, os limites legais e o que fazer diante de cobranças indevidas é o primeiro passo para proteger seu bolso e garantir a continuidade do seu acesso à saúde.

Os Tipos de Reajuste: Entenda o Que Está Sendo Cobrado

Para começar a contestar, é essencial identificar qual tipo de reajuste está sendo aplicado ao seu plano. Basicamente, existem três modalidades principais de aumento nas mensalidades:

  1. Reajuste Anual (ou por Variação de Custos): Este é o aumento autorizado anualmente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para planos individuais e familiares. Para os planos coletivos (empresariais e por adesão), a ANS não define um teto, mas acompanha o índice. Esse reajuste busca compensar o aumento dos custos médico-hospitalares.
  2. Reajuste por Faixa Etária: Este aumento é aplicado à medida que o beneficiário avança em determinadas faixas de idade (ex: de 18 para 19 anos, de 23 para 24, etc., até os 59 anos). Embora seja legal, os percentuais aplicados devem seguir regras específicas e não podem ser excessivos ou discriminatórios em idades mais avançadas, especialmente após os 60 anos.
  3. Reajuste por Sinistralidade (Exclusivo para Planos Coletivos): Este é o reajuste aplicado a planos empresariais ou por adesão e reflete a relação entre as despesas médicas (sinistros) e as receitas do plano dentro de um período. Ou seja, se o grupo utilizou muito o plano, o reajuste pode ser maior. O problema surge quando esse reajuste é aplicado sem critérios claros ou de forma desproporcional.

A combinação desses reajustes é o que, muitas vezes, torna a mensalidade inviável, especialmente para idosos ou famílias com histórico de doenças que demandam mais uso do plano.

Quando o Reajuste se Torna Abusivo?

Apesar de os reajustes serem previstos em contrato, a lei brasileira e a jurisprudência dos tribunais estabelecem limites para evitar que se tornem uma prática abusiva. Um reajuste é considerado indevido quando:

Os Direitos do Consumidor Diante do Aumento Abusivo

Diante de um reajuste que você considera indevido, saiba que você tem direitos amparados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e pela Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98):

Como Contestar o Reajuste Indevido: Um Guia Prático

Se você identificou um aumento que parece abusivo, siga este caminho:

1. Verifique os Detalhes do Reajuste

Olhe atentamente o boleto e o comunicado da operadora. Qual tipo de reajuste foi aplicado? Qual o percentual? Compare com os índices da ANS (se for um plano individual) ou com o histórico de reajustes do seu plano.

2. Entre em Contato com a Operadora de Saúde

O primeiro passo é sempre tentar resolver amigavelmente. Contate a central de atendimento da sua operadora (por telefone, e-mail ou canais digitais). Explique sua insatisfação, peça a justificativa para o reajuste e, se possível, solicite uma revisão. Anote sempre o número de protocolo de atendimento.

3. Registre uma Reclamação na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)

Se a operadora não resolver a questão ou não apresentar uma justificativa satisfatória, o próximo passo é registrar uma reclamação na ANS. A ANS é o órgão regulador do setor de planos de saúde. Você pode fazer isso pelo site, telefone ou presencialmente. A reclamação na ANS pode gerar uma intermediação e até mesmo penalidades para a operadora, forçando-a a reavaliar o caso.

4. Procure um Órgão de Defesa do Consumidor (Procon)

O Procon da sua cidade ou estado é outra ferramenta poderosa. Você pode registrar uma reclamação formal, e o Procon notificará a operadora, podendo agendar uma audiência de conciliação para tentar um acordo.

5. Busque Assessoria Jurídica Especializada: O Caminho Mais Efetivo

Se, mesmo após todos esses passos, a operadora não ceder ou a solução oferecida não for justa, a via judicial é a alternativa mais eficaz. É neste momento que a atuação de um advogado especialista em direito da saúde se torna fundamental.

Um advogado poderá:

A jurisprudência brasileira tem sido favorável aos consumidores nesses casos, especialmente para reajustes por faixa etária abusivos (principalmente para idosos) e reajustes anuais ou por sinistralidade sem justificativa clara ou com percentuais excessivamente altos.

Não Cancele o Plano por Impulso!

Uma armadilha comum é o consumidor, ao se deparar com o aumento, simplesmente cancelar o plano. Evite essa atitude precipitada! O cancelamento pode trazer problemas futuros, como a perda da carência em um novo plano ou a dificuldade de contratar outra operadora, especialmente se você ou algum dependente tiver uma doença preexistente.

A melhor estratégia é manter o pagamento da mensalidade (ainda que abusiva) e buscar a via judicial para a revisão dos valores e a restituição do que foi pago a maior. Isso garante a continuidade da sua cobertura enquanto você luta pelos seus direitos.

Lute Pelos Seus Direitos e Proteja Sua Saúde Financeira

Reajustes abusivos em planos de saúde são uma afronta aos direitos do consumidor e uma prática que pode comprometer seriamente seu acesso à saúde. Não se conforme com aumentos injustificados. As ferramentas legais existem para proteger você.

Seja proativo: verifique seu contrato, entenda os reajustes aplicados e, se identificar abusos, não hesite em procurar um advogado especialista em direito da saúde. Um profissional qualificado será seu maior aliado na busca pela redução da mensalidade e pela restituição dos valores pagos indevidamente, garantindo que seu direito à saúde seja exercido de forma justa e acessível. Sua saúde e seu bolso merecem essa proteção!

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